O jornalismo tem o compromisso social como princípio deontológico. Não dá para dissociar a influência direta ou indireta do jornalista – emissor, no processo de comunicação – no cotidiano do seu público – receptor da informação por ele emitida. Os jornalistas têm em mãos o maior poder de persuasão do planeta, e precisa utilizá-lo de forma correta.
Do ponto de vista ético, o jornalista tem para com a sociedade a responsabilidade de: auxiliá-la em suas decisões, enriquecê-la culturalmente, colaborar com o fortalecimento da cidadania, divulgar aquilo que de alguma forma possa contribuir para a ela, denunciar o que possa vir a ser prejudicial e, sobretudo, se responsabilizar por tudo o que divulga.
Eugênio Bucci, em passagem do seu livro Sobre Ética e Imprensa, cita que devemos “pensar o jornalismo como um ofício que, acima de tudo, não é uma técnica, mas é (e deve ser) umapráxis ética”. E ele tem razão. Não é possível trabalhar nos meandros da formação de opinião crítica da população, sem a constante manutenção dos conceitos éticos que envolvem a relação jornalista, informação e público.
O público tem direito a informação, e esse é o ponto crucial na formação de uma sociedade mais crítica. Os profissionais da comunicação não têm o direito de privar o público de informações relevantes para a sua formação deopinião crítica, isso fere o discurso primordial dos deveres do jornalista. No entanto, é o que mais vemos acontecer.
É comum identificarmos a imparcialidade de discursos tendenciosos nos meios de comunicação com o intuito de favorecer algum conglomerado político ou empresarial diante a opinião pública. Infelizmente essa ainda é uma prática comum. Um resquício dos tempos de ditadura que ainda apodrece nas grandes empresas midiáticas.
Como os jornalistas estão no meio de um conflito tão importante, que envolve conceitos e direitos essenciais para a vida social, cabe a classe entender a importância do seu papel na sociedade e se apropriar de todas as armas possíveis através da liberdade de imprensa e dos conceitos éticos que a cerca, para fazer diferente. Como diria Millôr Fernandes: “Em qualquer roda é fácil reconhecer um jornalista. É o que está falando mal do jornalismo.”
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2 comentários:
O jornalismo pode também exercer a poesia, a verdade literária e a mesclagem de estilos diversos - compondo, consequentemente e obviamente, toda a estrutura da informação concreta e lúcida. Eu, pelo menos, vislumbro um jornalismo ético firmado neste conceito...dentre outros, claro.
abraço!
www.bonequinhodeluxo.com
www.incensurados.blogspot.com
www.apimentario.blogspot.com
legal o texto..
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